Nova pesquisa diz que pode haver uma forte relação entre relacionamentos amorosos felizes com a saúde de sobreviventes de câncer de mama. De acordo com o estudo publicado na revista Psychoneuroendocrinology, não há uma relação direta de causa e efeito.
Porém, foi constatado que as mulheres que se sentiam felizes e realizadas em seus relacionamentos também disseram que estavam menos estressadas. Com isso, os níveis de inflamação no sangue eram mais baixos, o que reduz o risco de problemas de saúde.
Métodos do estudo
Os pesquisadores analisaram casos de 139 mulheres com idade média de 55 anos. Além disso, todas diagnosticadas com câncer de mama em estágio inicial. Todas completaram um questionário e forneceram amostras de sangue em três momentos diferentes. A primeira vez foi antes do tratamento, depois seis meses após o tratamento e por último 18 meses depois. O questionário tinha perguntas sobre:
- Quão felizes se sentiam;
- Nível de afeto e conforto que sentiam com parceiros;
- Quão gratificante era o relacionamento;
- Satisfação geral;
- Como se sentiam estressadas na semana anterior.
Logo, as amostras de sangue mediram os níveis de quatro proteínas consideradas marcadores de inflamação. Segundo o estudo, manter a inflamação sob controle é a chave para promover a saúde em geral, e especialmente em sobreviventes do câncer de mama.
De acordo com artigo publicado no site da Ohio State University sobre este estudo, quando estamos doentes ou feridos, a inflamação promove a cura. Mas a inflamação elevada com o tempo aumenta o risco de recorrência do câncer e outras doenças.
Ou seja, esse tipo de inflamação crônica está associada a vários problemas de saúde, como doenças cardíacas, diabetes tipo 2, artrite e Alzheimer.
Relação entre relacionamentos, estresse e inflamação
Portanto, as descobertas mostraram uma tendência clara nas mulheres como grupo. Quanto mais satisfeitas elas se sentiam em seus relacionamentos amorosos, menos estressadas se sentiam e seus níveis de marcadores de inflamação eram menores.
O estudo permitiu aos pesquisadores comparar o grupo de mulheres entre si e avaliar as mudanças em cada mulher individualmente. Ao comparar os resultados da mesma mulher nos diferentes momentos, foi possível ver que quando uma mulher estava particularmente satisfeita com seu relacionamento, ela tinha menos estresse e inflamação do que o normal, abaixo de sua própria média.
“Em uma visita específica, se ela estava satisfeita com seu parceiro, sua própria inflamação foi menor naquela visita do que em uma visita diferente, quando ela estava menos satisfeita”, afirmou Rosie Shrout, autora principal do estudo e pós-doutoranda no Institute for Behavioral Medicine Research da The Ohio State University.
A importância de relacionamentos saudáveis e felizes
A pesquisa mostra a importância de fomentar o relacionamento das sobreviventes de câncer de mama. Passar por um diagnóstico e tratamento de câncer de mama não é fácil e pode impactar os relacionamentos. “Algumas mulheres podem precisar de ajuda para se conectar com seus parceiros durante um período estressante, então isso significa que é importante que parte de sua triagem e tratamento leve o relacionamento em consideração e inclua uma referência ao aconselhamento de casais quando apropriado”, disse a autora do estudo. “Fazer isso pode promover a saúde deles a longo prazo.”
Isso não quer dizer que é necessário ter um parceiro para ter mais saúde. Mas é necessário considerar a qualidade dos relacionamentos. De acordo com um antigo estudo liderado por Kiecolt-Glaser, que também participa desta pesquisa, o conflito conjugal pode ter efeitos prejudiciais à saúde.
“Algumas pesquisas sugerem que é melhor ficar sozinho do que em um relacionamento problemático”, disse Kiecolt-Glaser. “Um bom casamento oferece um bom suporte, mas a mensagem mais ampla para uma sobrevivente do câncer de mama que não é casada é buscar apoio em outros relacionamentos”, afirma o autor. É importante não se isolar e buscar apoio.
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