Entenda melhor o que é o receptor HER2 e qual sua relação com o câncer de mama

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Entenda melhor o que é o receptor HER2 e qual sua relação com o câncer de mama

Ao realizar um diagnóstico de câncer de mama, o médico mastologista irá investigar detalhes importantes sobre o tumor. Essas informações são determinantes para que ele entenda as características da doença em cada paciente e o comportamento esperado do tumor para, assim, indicar o tratamento de forma personalizada.

Isso porque existem formas muito diferentes e variadas de câncer de mama. Leia mais sobre isso mais abaixo neste texto.

Uma das informações que o médico precisa saber antes de traçar uma estratégia terapêutica é se o câncer detectado é sensível à presença do receptor HER2. Neste artigo, vamos falar especificamente sobre o HER2 e sua importância para o diagnóstico e tratamento da doença nesses casos.

O que são receptores?

Receptores são proteínas localizadas na superfície externa da célula. Essas estruturas funcionam como “porteiros” das células, regulando o seu comportamento em resposta ao ambiente extracelular.

Na prática da oncologia mamária, são verificados os seguintes receptores:

· Receptores hormonais

O médico sempre irá pedir exames para verificar se o câncer é sensível aos receptores dos hormônios estrógeno e progesterona. No caso dos receptores hormonais, sua presença no câncer de mama indica que o tecido tumoral se prolifera em resposta a esses hormônios. Nessas situações, a hormonioterapia pode ser indicada.

· Receptor HER2

Já o receptor HER2 é uma proteína localizada na membrana das células epiteliais. Essa sigla significa Human Epidermal growth factor Receptor-type 2, ou seja, receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano. Trata-se de uma proteína que, em quantidades normais, cumpre um papel importante no crescimento e desenvolvimento de várias células epiteliais.

Por que rastrear se o câncer é HER2 positivo (HER2+)?

O problema relacionado a esse receptor é que o câncer de mama se desenvolve justamente a partir de células epiteliais, como as encontradas no tecido glandular da mama. Algumas mulheres apresentam uma mutação no HER2, que provoca um funcionamento anormal, levando ao crescimento descontrolado das células, ou seja, à formação de um tumor.

A importância de olhar para esse fator está em sua frequência e gravidade. Nos Estados Unidos, em cerca de 14% dos casos de câncer de mama, essa proteína aparece em excesso no tumor, segundo o National Cancer Institute. A exacerbação dos receptores HER2 também pode indicar que se trata de um tumor mais agressivo.

Além disso, o câncer de mama relacionado ao HER2 está associado à maior probabilidade de recidivas da doença, atingindo cerca de 20% a 30% das pacientes.

A distribuição entre os tipos de câncer varia entre os diferentes perfis populacionais. Os casos de câncer HER positivos têm mais chance de surgir em pacientes mais jovens ou que pertençam a grupos minoritários. Outro risco é que sejam diagnosticados em estágios mais avançados.

Tratamento

Hoje, já existem tratamentos específicos para as pacientes que apresentam o HER2 positivo com bons resultados.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, suas características biológicas, bem como as condições da paciente (idade, status menopausal, comorbidades e preferências).

As modalidades de tratamento do câncer de mama HER2 positivo podem ser divididas em:

  • Tratamento local: cirurgia e radioterapia (além de reconstrução mamária);
  • Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

O tratamento sistêmico será determinado de acordo com o risco de recorrência (idade da paciente, comprometimento linfonodal, tamanho tumoral, grau de diferenciação), assim como das características tumorais que ditarão a terapia mais apropriada.

Os tipos de câncer de mama

É comum nos referirmos ao câncer como uma só doença que atinge diferentes partes do corpo. Mas a verdade é que os cânceres são muitos e diversos, mesmo quando estamos falando apenas dos tumores que atingem uma parte específica do organismo.

No caso do câncer de mama, não é diferente. Cientistas do Johns Hopkins Kimmel Cancer Center, em Baltimore, nos Estados Unidos, sequenciaram o código genético da doença em 2006 e comprovaram a sua complexidade. Eles descobriram que existem mais de 189 genes que podem sofrer uma mutação e dar origem a um tumor na mama.

Além da enorme quantidade de genes envolvidos, são vários os tipos de tumor que uma pessoa pode ter – e eles são muito diferentes entre si.

Estes são quatro dos principais tipos de câncer de mama já identificados, e cada um deles apresenta subtipos:

  • Carcinoma Ductal: localizado na mucosa dos ductos de leite;
  • Carcinoma Lobular: desenvolve-se nos lóbulos mamários;
  • Carcinoma inflamatório: as células malignas geralmente ficam nos linfáticos subdérmicos, causando um entupimento do sistema linfático;
  • Doença de Paget: em geral, as células tumorais crescem nos ductos mamários e avançam em direção à epiderme do mamilo.